A muito tempo sobrevivendo e lutando
A muito tempo resistindo as várias dores
Muito tempo, tempo que não volta mais
Incompreensões do passado
Na sobrevivência uma dor
Um sentimento além do medo, e ao mesmo tempo rancor
Vemos as derrotas dos desfavorecidos
Apunhalados pelos próprios irmãos
Por mais que tente, continua abandonado no mesmo lugar
Nossas devoções e esperanças ao nada
A não ser em nós, para garantir mais um dia
Não vejo ninguém, ninguém me vê
Diante da opressão e sofrimento lentamente o tempo não passa
Marginalizados e invisíveis como nós
Ao tempo, insignificantes somos
Nossas lagrimas as vezes intangíveis
Muitas e muitas vezes, insuportáveis
Seja pela família, seja pelo próximo
Seja pela desumanidade imposta por nós mesmos
Durante todo o tempo
Redundâncias pela vida, seguindo a trajetória da linha que é imposta
Tangível ou não, seguimos ela sobre suas imperfeições
Não há sinais, não há horizonte nem direção
As vezes parece não ter linha, parece não ter sentido
Como grãos de poeira em meio tempestade, incomodamos
Por muito tempo ainda sobreviveremos
Incomodamos por existir, e por querer incomodar
A todos insaciáveis por ganância e miséria, o tempo
Ao tempo? Nós!
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