Desde o meu último texto (Amor e Alteridade) me sinto intrigada comigo mesma, principalmente pelo fato de ter percebido que relacionamento abusivo vai muito além de relação casal, podendo se manifestar de diferentes formas, como nas relações de amizade, no núcleo familiar, no espaço de trabalho, entre outros espaços. Infelizmente, a violência é mais comum do que se pode pensar.
Nos relacionamentos, seja em qual circunstância for, ocorre altos e baixos, algo do nosso cotidiano, assim como o humor, que pode alterar durante o dia. Porém, a prática opressora, é muito mais que um dia “ruim”, se constituindo à medida que um/a sempre tem que ceder mais que o outro/a, acabando se diminuindo para se encaixar, para outrem ditar às regras.
A amizade, por exemplo, deve ser construída de reciprocidade, entretanto, é errado alguém ter que ceder mais para manter o contato, se calar para não magoar o outro/a e, com isso, acabar se ferindo, pois sabe que geraria um desconforto e começaria a ser ignorada/o a medida que não aceita as diretrizes.
O meio familiar deve ser acolhedor, sendo a primeira “instituição” de humanização para o crescimento no meio social, no entanto, dentro desse universo às diferentes agressões também acontecem, não sendo, necessariamente, física, podendo ser verbal, psicológica. É evidente que as diferentes formas machucam muito.
Assim, parece haver por parte de algumas pessoas a necessidade de mostrar o quanto se sentem superiores, ditando, literalmente, as regras à serem seguidas. O abuso começa com a destruição psicológica do outro/a.
Porém, o ciclo abusivo acaba quando a própria pessoa percebe e resolve deixar de ser escrava/o dos sentimentos de posse alheio, procurando ajuda profissional, pois ninguém merece passar por tudo sozinha/o. Recorrer a ajuda não é uma fraqueza, pelo contrário, tem que ser muito forte para comunicar a violência sofrida.
Procurem se lembrar, ninguém merece manter pessoas tóxicas na vida.
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