Há muito recentemente a Escola se tornou o espaço da formação cidadã em que o sujeito se concebe como partícipe do processo histórico-social. A evidência de uma Escola assente em pressupostos que empregam a cidadania para o sujeito, tais como a valorização e a luta por direitos civis, sociais e políticos, é um dos elementos fundamentais para o pleno e satisfatório gozo do exercício da vida em sociedade. A afirmação de que o ambiente escolar nem sempre fora espaço para o processo de formação cidadã provém de épocas não tão distantes em que o ensino se bastava à história política (positivismo). Assim como a priorização do ensino fundado na aplicação de uma história política (dos grandes homens, fatos históricos, etc.), há uma valorização exacerbada pela técnica, ou seja, nossas Escolas e instituições de ensino priorizam cada vez mais o ensino técnico, que é importante, não tenhamos dúvidas, porém, deixa-se à margem o conteúdo do humano, da subjetividade, das sociabilidades e saberes diversos.
Viviane Mosé afirma que a Escola não deve ser uma extensão da família, muito menos assumir as responsabilidades que são pertinentes ao ambiente familiar. Porém, é imprescindível, segundo Mosé, que a Escola e a família atuem em conjunto para o fortalecimento dos valores morais, éticos, cidadãos e da mútua respeitabilidade. Quer-se dizer com isso que a família é educadora do sujeito (pessoa humana), quando induz valores e condutas pessoais. A Escola, ao contrário, exerce (ou ao menos deveria exercer) a função de espaço não somente da promoção do conhecimento, mas também de exercício de valores universais, tais como, cidadania, equidade, justiça social, respeito, solidariedade, entre outros.
Ao considerar a importância da interação Escola-familia-sociedade, compreende-se ser esta crucial para o contexto social que vivenciamos. Os sujeitos que integram a sociedade possuem papel fundamental nas atividades escolares. Ouvir a comunidade que circunda a Escola é imprescindível para o desenvolvimento construtivo do sujeito-cidadão. Uma Escola não pode e não deve se dar ao luxo de negar a interferência externa da comunidade ou grupo social nos pressupostos e valores empregados no seu ambiente.
Em sentido amplo, a interação Escola-família-sociedade se constitui de importantes sujeitos-membros, aos quais, pais e mães, alunos, professores, coordenadores, diretores, grupos e movimentos sociais, poder político (Estado), entre outros. A Escola deve procurar constantemente exercitar sua função precípua: a de promover a cidadania plena e real no contexto da construção humana e subjetiva do indivíduo-sujeito.
Boa semana a todos e todas!
コメント