
A vida é uma eterna corrida em busca de respostas. Nesse caminho existe um ponto onde você para por dois minutos e pensa “agora tudo fez sentido” e depois de um minuto entende que agora além de na verdade nada ter feito sentido as coisas ficaram ainda mais confusas e difíceis. Quando isso acontece costumamos nos agarrar a ideia de um “propósito maior” que nos espera a frente ou a crença de que o fracasso é um passo necessário para o crescimento. Mas a verdade é que só romantizamos a dor porque inconscientemente sabemos que essa é a única forma de suporta-la! Só procuramos dar significado a tudo porque somos covardes demais pra aceitar que não precisa de motivos pra absolutamente nada. Coisas acontecem em vão, por acaso. O tempo todo! Às vezes algo ruim é a consequência de uma atitude sua, como reprovar, já que não estudou ou faltou aulas demais e outras vezes um teto resolve cair na sua cabeça porque... bom, não tem porquê. Só caiu mesmo! No fundo todos sabemos disso, mas resistimos a verdade como se assim ela deixasse de existir. Preferimos acreditar que o teto só caiu pra nos impedir de sair, já que na rua aconteceria algo pior. De onde tiramos isso? Só consigo imaginar que do nosso mais profundo vazio existencial que precisa desesperadamente ser preenchido e confortado por nossas doces fantasias, já que somos incapazes de aceitar que o mal acontece sem justificativas (o bem também). O que foi, leitor? Tá esperando um final bonitinho que amenize o impacto de tudo que eu disse? Não, não! É só isso mesmo. Na verdade... posso também te contar uma historinha “Dona Maria, mulher batalhadora, criou 9 filhos sozinha, sempre ajudou a todos, agora aos 65 anos conseguiu se aposentar e finalmente vai junto com uma de suas filhas, realizar o sonho de conhecer o mar. Três dias antes de sua viagem, imaginando tudo que faria, dona Maria caminha tranquilamente pela calçada quando um motorista alcoolizado perde o controle do veículo e a atropela. Infelizmente dona Maria não resiste aos ferimentos e acaba falecendo ainda no local. Fim.”
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