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A Cegueira Capitalista

O capitalismo gira em torno do acúmulo de capital, portanto, qualquer situação que não forneça o lucro, não agrada ao capitalista. Assim, seu foco está totalmente voltado para o dinheiro, pensa-se em como adquiri-lo, investi-lo e acumulá-lo. Essa diretriz, passa a ser o centro de sua vida, a quantidade de seus bens aumentam constantemente e junto com eles, é claro, a devoção à sua riqueza também se amplia.


Tendo então o capitalista tantas posses, ele se vê no centro do corpo social, sua sensação de poder se expande e por vezes a prepotência e o egoísmo se fazem presentes. Ele pensa em si e no que é seu, os funcionários, são apenas ferramentas utilizadas para adquirir o que ele deseja incessantemente: capital. É como se a sua visão fosse ocultada, quem são, o que fazem quando não trabalham, como vivem, não interessa ao capitalista, desde que deem lucro à ele. Para ele, é como se fossem invisíveis, se ele anda de carro importado e comendo caviar, enquanto seu empregado anda à pé, e se alimenta de pão seco, ao capitalista pouco importa, já que o sistema o beneficia.

Pedreiros constroem belas mansões, mas não têm condições de propiciar à seus próprios filhos uma moradia digna, cozinheiras trabalham em casas de famílias de classe alta, satisfazem com êxito seus patrões, mas, quando chegam em suas casas, deparam-se insatisfeitas com o vazio de suas dispensas, ambos vendem por completo suas forças produtivas, mas ainda assim, não saem do cenário de miséria, enquanto eles sofrem por serem vítimas dessa desigualdade social, o capitalista em um de seus condomínios de luxo, tomando vinho importado, pondera sobre a alta do dólar.

Cego, o capitalista só pensa e age em função do que idolatra e que, segundo Rousseau, principiou os conflitos da sociedade, a propriedade privada. O capital adquirido através dela age como uma venda sobre os olhos, portanto, ao contrário do que pensam alguns, as massas não são invisíveis, a elite é que é cega para qualquer questão que não à beneficie. Não há invisibilidade proletária, há a cegueira burguesa, que ignorando a miséria das massas, fortalece a desigualdade e humilha ainda mais a classe oprimida.


Descrevo assim, a realidade do nosso meio social, não encontro ao certo um termo para defini-la, mas com certeza, a palavra "justa" não se encaixa em um contexto social, no qual, as massas não tem vez e a elite é desprovida de visão, ou pelo menos de uma visão humanitária. Finalizo sentindo a necessidade de interrogar juntamente com o grupo Legião Urbana, em uma de suas canções: "Que país é esse?".



*Ester Sabrine

(Graduanda do Terceiro Período de História da UEG, Câmpus Porangatu)

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