
Minhas mãos estão encostadas em um muro negro
Meus pés descalços no chão frio de uma sombra que persiste
As feridas expostas pelo caminhar de todo o meu tempo, até aqui
O rosto queimado pela acidez do fiasco hostil, dos vários duelos impostos e necessários
Todos os caminhos até aqui não se distinguem mais
Todas as lutas travadas foram inúteis?
A tristeza e os vestígios de meus passos, a sós e desprotegidos
Muitas mãos estendidas, involuntariamente incapazes de perceberem
Profundas, insistentes e fortes desconfianças em meu ego
Um muro negro transformou-se em meu horizonte
Esfacelando-se dentre as noites, reconstruindo-se no desdobrar dos dias
Qual face se vê, em meio ao reflexo nas sobras?
Sempre tento, sempre sigo, sempre!
Sigo tentado a acreditar, e sempre, o nada acontece
Continuamente lutar, nunca desistir, resistir e sobreviver
Quero viver um sonho em minha vida!
Onde está o caminho que conduz a glória?
Qual o pedaço do mundo me pertence?
Redundante ao nada é possível ser
Um pedacinho de sonho, vagarosamente ao lado de algo que entende-se apenas,
Por existir!
Batalhar, correr e um vazio encontrar
Então me diga como?
Não quero dizer adeus
Tenho que alcançar, sentir o outro lado
Não ter este gosto amargo da derrota que não busquei
Uma ponta de esperança me conduziu até aqui
Quero viver um sonho em minha vida!
Onde está o caminho que conduz a glória?
Todo o meu passado se foi e meu futuro está a minha frente
Diante de um muro negro e muito distante de mim e você
Meus sorrisos vão se encolhendo, perdidos entre os cercos a minha volta
Onde está o caminho que conduz a glória?
Nada surpreende, nada se alcança
Pedaços de sonhos se esfarelam em minhas mãos
Que se encostam em um muro negro
Muito distante aparenta estar o pedaço do mundo que me pertence
Pensamentos em todos os que amei, ao longo de toda a estrada da vida
Esperanças em mim, e por mim, de todos
Desconfianças em mim, e por mim de todos
Me acorrenta a nenhum lugar que pretendo chegar
A face desgastada pelo tempo, pelas pretensões
Quero viver um sonho em minha vida!
Onde está o caminho que conduz a glória?
Qual o pedaço do mundo me pertence?
De joelhos a sombra de um muro negro
Minhas lagrimas banham o chão
Meu suor e sangue queimam, o corpo ferido por tanto lutar e almejar
Escondidos nas sombras, minha alma tentam roubar
Sob os ombros de meu ego sobrevivo
Um muro negro está em minha frente
De joelhos a sua sombra
Em carne viva como “chagas”
E com o meu corpo torcido e esmagado
Diante deste muro negro,
Não há ninguém ao meu lado
A espera de “uma luz” que não virá sobre mim
Me apoiarei, me segurarei e me levantarei
Mesmo que em silêncio e sozinho
Para além deste muro negro
Quero viver um sonho em minha vida!
Onde está o caminho que conduz a glória?
Qual o pedaço do mundo me pertence?
O tempo que me resta está passando
Os ecos do passado se insinuam em minha direção
Vamos lutar contra morte, vamos resistir as humilhações
Até quando? Ainda não sabemos!
Onde está o caminho que conduz a glória?
O melhor que ainda resta em mim será dado
Quero viver um sonho em minha vida!
Um tempestade cai em meu rosto
Enquanto isso “a luz” não recai sob mim
Está tudo bem! Me disseram
Isso me faz querer chorar, querer chegar
Viver um sonho em minha vida!
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