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  • Foto do escritorBrenda

O amor é uma pessoa e eu conversei com ele



Você sempre espera que o amor seja algo extremamente romântico, barulhento, espaçoso. Que seja poético, que surja no melhor momento e em alguma espécie de cenário perfeito. Que você esbarre num lindo cara, numa livraria, enquanto ele folheia seu livro preferido e despretensiosamente puxe assunto, até vocês descobrirem que amam o mesmo personagem, tem o mesmo gosto musical e curtem cachorros. Mas deixa eu te contar um segredo... as vezes o amor aparece em uma tarde qualquer de uma quarta feira qualquer, as 15 horas, num calor nada agradável de 40 graus, todo desajeitado, suado, te enrola meia hora na fila do banco e ao se virar pra sair ainda pisa no seu pé. Ou pode ser, também, que o amor odeie os filmes de suspense que você adora, odeie a cerveja que você ama, não suporte os locais barulhentos que você frequenta e seja de Direita, enquanto você é de Esquerda. O amor não percorre caminhos perfeitos! Ele não marca local ou hora pra te encontrar. Simplesmente aparece, quase sempre inconveniente. Esses dias o vi em um bar, desses bem pebinhas de esquina. Ele estava sentado, enchendo a cara e fumando um cigarro. Não o reconheci, até que ele gritasse meu nome e dissesse “qual é? Não se lembra de mim? Eu sou o amor. Já estive na sua vida algumas vezes... embora você não tenha percebido.” Senti um pequeno desapontamento, confesso! Eu o idealizava menos... comum. Entre copos e tragos ele se queixava sobre ser “o mais incompreendido do mundo”, e depois de uma longa conversa (onde na verdade eu só ouvi, calada) percebi que ele tinha razão! Ah, que contraditório... razão não parece caber no mesmo espaço que o amor, mas cabe. E sabe o que mais me chamou atenção? O amor não é nada amável! Isso mesmo, você não entendeu errado! Ele é cheio de defeitos e extremamente difícil. Uma mistura de criança birrenta com adolescente revoltado e rebelde. E tem mais! Pro amor não basta sentir. Você tem que aceitar, relevar, perdoar, construir, insistir e insistir mais um pouco. Ele faz de tudo pra que você fuja e quando você foje ele faz de tudo pra que você volte. Amar é viver a famosa rotina do dia a dia, é perder o interesse com o tempo e mesmo assim manter-se inexplicávelmente interessado. Amar é não entender nada. É ser bem ridículo, as vezes, e um tanto quanto cafona. O amor é tudo que você possa imaginar, tudo mesmo! Menos um mar de rosas.

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