Era um mundo totalmente branco
Um mundo cheio de príncipes e princesas
O meu eu não se encaixava lá!
Eram sorrisos tímidos,
Apagados pelo esbranqueamento,
E o meu eu cada vez mais se reprimia!
Uma força queria sair de dentro,
Acabar com todo o preconceito,
Dançar as mais belas canções,
Ler Clementina de Jesus,
Porém, outra vez, o meu eu reprimia!
Cada dia se tornava mais amargo,
A vida não tinha cor,
Era apenas um mundo preto e branco,
Onde o branco prevalecia,
Até o gato negro era sinônimo de azar!
O meu eu ficava ali quietinho,
Observando cada passo que era dado.
Levanta a cabeça menina!
Ouvia-se uma voz atrás dos muros,
Salte, sorria, dance, que este mundo é todo seu!
Naquele momento,
Foi como se uma força superior,
Fizesse o meu eu cantar,
Como Sandra de Sá:
“A verdade é que você (e todo brasileiro) tem sangue crioulo”.
A partir daquele momento,
Meu eu foi aceito,
Não por terceiros,
Mas por mim!
O meu eu criou raízes,
E não via aquele mundo preto e branco,
Agora ele era colorido!
E no interior daquela menina,
Existiam as mais belas poesias,
Onde o seu eu contagiava a todos que via.
Texto:
Lays Alcântara
Acadêmica do Curso de História, UEG Porangatu
Comments