top of page

Amor e Alteridade


Tema complexo de se tratar, e mal visto pelos que praticam. Vocês já tentaram falar a um casal conservador que certas ações são abusivas? Vai por mim, não haverá uma ótima recepção ao diálogo. Fico pensando, de onde surgiu essa ideia que existe agressão por amor? Para responder à pergunta, é necessário fazer a relação com a sociedade patriarcal, colocando duas vertentes para a análise.


Primeiro, a exaltação masculina como figura de poder absoluto, e segundo, a “romantização” do amor construído no imaginário das mulheres. Certo, o amor é lindo, mas quando saudável. Porém, quando existe a premissa de empurrar a mulher ao papel único de edificar o lar, há uma série de problemas que precisam ser repensados pela sociedade.


É aterrorizante, desde quando somos feitas para servir de centro de reabilitação? Eis que temos uma problemática, há séculos temos parte dos homens com seus egos se exaltando, e parte das mulheres, com seu “sentimentalismo” sendo obrigadas a engolirem e aceitarem as barbaridades em nome de um não existente “amor”. Esses exemplos são valores tradicionais que permeiam, infelizmente, até o século XXI.


A prática do relacionamento abusivo, muitas vezes passa desapercebido, como, por exemplo, mulheres no qual os maridos não aceitam usarem batons, roupas curtas, (vai do interesse de cada mulher, querer ou não), sair sem a presença dos mesmos, não poder usar as redes sociais, ter amizades com homens, às proibirem de cortar o cabelo, entre outros inúmeros exemplos. Todas essas práticas são abusivas vistas de cima, agora imagine vê-las de baixo?


A história vista de baixo sempre dói mais, porque historicamente fomos programadas para a submissão, para a obediência, encorajadas a esperar pelo príncipe encantado do cavalo alado, quando na maioria das vezes o príncipe não chega, porém, o “cavalo” sim. E assim, mulheres construídas para serem inseguras aceitam essas condições, por serem incentivadas a casarem rápido, tendo que suportar homens agressivos. Quantas vezes ouvimos, ou presenciamos esses dizeres: “Estou te batendo, mas é porque te amo”. Não existe bater por amor, bater é agressão, violência.


A emancipação feminina se faz necessária, porque somos únicas, e a partir dessa leitura, podemos esperar alguém que venha para acrescentar, e não diminuir. Mulher é sinal de força, resistência diária. Por último, veja o quão grande você é, e não se limite, e não aceite a humilhação de ninguém. O mundo é teu, mulher!.

143 visualizações

Posts recentes

Ver tudo

Opmerkingen


bottom of page