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Coronavírus e a morte



O Brasil deve atingir o seu pico de contaminação e, infelizmente, de números de mortes, devido à Covid 19, no curto espaço de tempo. Torna-se possível constatar essa afirmação através de dados estatísticos assustadores e corroborados por estudiosos e especialistas – médicos, infectologistas, biólogos – que nos informam por meio de entrevistas concedidas nas diversas redes de comunicação, além de dezenas de artigos que estão sendo publicados nos principais jornais, revistas, blogs e sítios especializados. Digno de nota, somente para citar o mais conceituado de nosso país, o papel da Fiocruz demonstrando que o Brasil poderá, em poucos meses, ser o centro da Covid 19 em todo o mundo.


Ao se pensar os efeitos devastadores do Coronavírus em nosso país, tendo a certeza de que o (des)governo federal assumiu o discurso da negação, do ódio, insensatez e abandono por completo de todas as medidas e protocolos pactuados pelos órgãos em saúde mundial que enfrentam o combate ao Covid-19, coloca-nos como sendo, algo recorrente na História do Brasil, um país que desenvolve projetos, ações e políticas de estado às avessas. Isso mesmo, o (des)governo está agindo às avessas.


Inúmeros fatores demonstram os efeitos mortais e de propagação do contágio exponencial desse vírus, muito superior a outras pandemias vividas historicamente pela humanidade, como a febre amarela, varíola e gripe espanhola. Além desse efeito devastador, temos um (des)governo federal, patrocinado por um Presidente da República, alguns Ministros e um milícia digital de seguidores, que procura, a todo momento, desdenhar, ridicularizar, organizar carreatas e violentar àqueles que estão na linha de frente. Além disso, patrocinaram atos de barbárie contra os profissionais de saúde, agredidos em Brasília há duas semanas. Procuram passar a ideia de que existe uma dualidade entre saúde e economia.


Enfim, o Coronavírus e à morte não aparece nos conceitos de Jair Bolsonaro, demitindo seu segundo Ministro da Saúde em menos de 30 dias, demonstrando o seu total desprezo e negação em relação ao papel alvissareiro da Ciência. Na sua visão de mundo, vale o econômico. Procura criar a falsa verdade de que o Coronavírus não tem letalidade igual a outras doenças, para ele a pandemia é algo banal. Já disse em algumas oportunidades: “O que posso fazer? Eu sou Messias, mas não posso fazer milagre. Lamento! É uma gripezinha”. É dessa forma que o presidente da República conduz o país, desdenhando da pandemia e da morte de milhares e milhares de pessoas.


Sinceramente, essa relação entre o Coronavírus e o número de vidas perdidas é uma catástrofe humana, pois vamos atingir nos próximos dias mais de 20 mil mortos. Mesmo que fosse uma, ou duas vidas, valeria todos os esforços para impedir que pessoas morressem. Mas, no (des)governo federal o que prevalece são teses do economista inglês Thomas Robert Malthus, vivido entre fevereiro de 1776 a dezembro de 1834, quando defendeu a tese de que os alimentos produzidos pela humanidade não seriam capazes de atender ao crescimento humano, daí acreditava na necessidade das guerras, epidemias e hecatombes para se equilibrar essa relação. Uma ressalva, talvez Bolsonaro não saiba o que fora e o que significa a tese malthusiana (SIC).


Certezas nos chegam à todo momento, as autoridades (in)competentes do (des)governo federal e seu timoneiro, Jair Messias Bolsonaro, estão sendo adeptos da tese malthusiana, de forma consciente ou não preconizam a dicotomia entre viver e economizar. Ambos os verbos são intransitivos, não necessitam de complementos, daí temos a certeza de que devemos cuidar da vida de todos nós, ao passo que a economia será produzida se tivermos políticas de estado que salvem às vidas, independentemente se a pessoa for idosa, criança, jovem, negro, índio, branco, pobre, rico, morador do campo ou cidade. Vidas são vidas. Salvá-las deve ser o esforço primordial.


Sendo assim, precisamos de uma sociedade saudável, conseguindo viver, procurando diminuir o contagio social para termos consumo, não deixando de lado um novo olhar para o ter e o ser, como consumidores daqui há pouco. Se prevalecer essa vontade malthusiana com as políticas do (des)governo não será possível, ao chamado capital produtivo, ter mais mão de obra acessível, com o seu “exército de reserva’, como nos ensinou Karl Marx. Viver e economizar devem estar juntos, conjugados nessa visão complementar, mesmo sabendo que não precisam de complemento.


Quem sabe, se as medidas fossem em outra direção estaríamos resolvendo os problemas do Coronavírus no Brasil sem a perspectiva de desgraça maior, já anunciadas, em decorrência das milhares de mortes. Que tenhamos o isolamento horizontal, testagem em massa, intensa política do bem estar, garantindo um ambiente de proteção aos brasileiros para que tenham condições de serem atendidas nas redes públicas e privadas se caso necessitarem. E, ao mesmo tempo, manter a sua condição de viver e economizar em tempos de pandemia.


Pensemos nas pessoas, o mundo é dos homens, das mulheres, das crianças, dos indígenas, dos negros, dos imigrantes, da comunidade LGBTQ, o capital deve vir depois, muito depois. O ditado popular reatualizado nos ensina; “se temos saúde e força para viver, o resto corremos atrás, a economia fortalece”. Enfim, o crescimento exponencial do contágio e das mortes, que tanto se falou e continua sendo temas recorrentes para os cientistas, demonstra quais caminhos temos que seguir. Além disso, a maioria dos governadores e prefeitos devem continuar na colaboração e na produção do bem viver para nós, pois, ao que parece, do (des)governo federal nada virá.


Que saíamos do negacionismo, ódio, sede do poder e políticas de estado às avessas, patrocinadas pelo (des)governo federal. Pois quem pagará com suas vidas serão os profissionais da saúde, segurança, limpeza, além dos trabalhadores e trabalhadoras, os pobres, velhos, negros, favelados, indígenas que estão na linha de frente, enfrentando transportes lotados e outros desafios para sobreviverem. Se não forem trabalhar, não sobrevivem, essa é a condição dada. O povo brasileiro está sendo obrigado a se sujeitar ao poder do capital e a sua ganância exponencial.


O Coronavírus e a morte perseguem a todos nós!

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