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Ser mãe feminista



O feminismo é um assunto muito pautado nos últimos tempos (ainda bem), por trás existe muita luta e resistência feminina. O movimento/luta é composto por vários debates, e a minha preferida no momento é a menos falada. A maternidade dentro do feminismo, fazendo cair por terra o rótulo imposto pelos leigos sobre como é ser uma mulher feminista, e sempre descrevem como solteira, com 7 gatos, desleixada (termo que vi em um comentário de uma página feminista e me deixou pensativa referente a quais características essa pessoa atribuía para tal palavra).


O feminismo em questão é uma pauta politica extremamente importante, assim como a maternidade. Antes de ser mãe, essa mulher é um individuo, e como todos sabem em uma sociedade a liberdade é direito de todos. Quando uma mulher se torna mãe a mesma abre mão dessa liberdade, seja ela por escolha ou obrigação (sim, o estado ainda obriga a mulher a ser mãe mesmo que a mesma opte pelo aborto; e não, a mulher não engravida porque quer).


Quando me refiro a liberdade é, privação de sono, trancar a faculdade, pedir demissão ou afastamento do emprego, cancelar uma viagem, cancelar planos, cancelar a vida (minha mãe se refez após o nascimento meu e da minha irmã) e não teve a oportunidade de retornar pois tinha filho pra cuidar; questões que não são impostas ao pai.


Ser mãe em uma sociedade extremamente patriarcal não é uma opção, digo pelas mulheres negras que mal tem acesso a saneamento básico e muito menos educação de qualidade, e que se vêem inseridas dentro de mais uma geração de jovens com trabalho não remunerado e sem fim de expediente. Ser mulher já é um ato de resistência em um país governado por velhos militares que acham educação sexual desnecessária.


A sociedade joga nas costas a obrigação de amar esse serviço e ainda chama de guerreiras aquelas que suportaram a carga e fingiram não estar surtando em algum momento. Educar um ser em uma sociedade pobre de valores onde o que mais vale é a obrigação de manter as aparências, sem parar pra analisar as consequências.


Mães em sua maioria são mulheres sobrecarregadas, estereotipadas quanto seu papel e função.


É importante ressaltar, antes de ser mãe, eu sou uma mulher com opiniões e desejos.

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